Poesia Para O Sol
Pela manhã
O sol afastou as cortinas
Me forçando abrir os olhos só para vê-lo.
Ele parecia alegre, estonteante,
Mas era demais para as minhas retinas.
Foi entontecedor.
E quando eu já estava toda torta,
O sol fez um sinal atormentador,
Sem economizar na tonalidade amarela com que se impõe o grande soberano tirano da manhã,
Fez que ia tomar para si a esperança com que penso tornar os dias melhores para mim.
O sol querendo brincar de trampolim não pode ser uma coisa boa.
Não tive bondade para aprecia-lo assim
E nem disposição para pular com ele
Pois me responde
Quem é que acorda desse jeito?
Guardo os meus pulos para o salto final
E é isso.
Faz dias que sou chuva
E não tinha como não saber e nem ser diferente
É visível que algo em mim foi embora
Que mudou que prescreveu que ultrapassou a validade.
Então, me reponde:
Custava me deixar dormir até mais tarde?
Não digo hoje,
Mas todos os dias.
Eu não quero mais acordar,
até que seja realmente preciso
Ou tarde.
Eu Já estou atrasada
E ainda sim continuo muito cansada.
Eu perdi algo que não sei o que é
E não posso procurar,
Se eu soubesse eu iria.
Mas também sinto falta demais para fazer algo
E como sinto.
Tenho certeza que foi culpa da frestinha que deixei aberta, na quarta a tarde.
Ou foi naquela quinta pela manhã?
Na janela,
Só restou as gotas que sequei tão profundamente
Que foi preciso chover
Para molhar o meu rosto.
Me custa saber onde foi que as coisas desandaram
E se não posso mais sentir a alegria com que o sol me empresta o seu corpo todo dia
para vestir em minha pele o dourado brilhante da vida
É culpa da letargia
E se ela é letal,
Não sei,
Mas que é fetal todo dia em posição na minha cama,
Isso eu não gostaria de saber
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